10 DE OUTUBRO DE 1772
10 DE OUTUBRO DE 1772 E’
dewsta data a «Resposta que deu José
de Napoles Tello de Meneses, que foi governadôr do Estado do Pará, aos factos
relativos ao seu govêrno, de que foi accusado no Tribunal do Consekho
Ultramarino», escripta em Lisbôa (1). Nela realatada aquelle governadôr, a
respeito de uma ccusação feita a seu ajudante de ordens e sobrinho Manuel
Cabral Coutinho de Vilhena:
«D. Angela Francisca Maria de
Góes era filha de um cirurgião de navio, que passando ao Estado do Pará, já
muitos annos, nele teve occasião de contractar o seu matrimonio com huma
Mazomba do Paiz por nome Antonia Ferreira. Daquelle matrimonio pois entre os
outros differentes Irmãos, todos elles bem differentes, na conducta Pessoal,
foi filha esta D. Angela, de quem o nome e a fama na America são, nada menos,
memoraveism entre seus habitantes, que entre os Romanos o forão, em outro
tempo, os das Julias, e das Messulinas...Fora ao que creio, um impossilvel
pretender nas desordens lascivas daquelle mosntro de impudicícia: hevendo, pelo
que da mesma se refere, e dos diversos pays eu se lhe nomeaõ aos Filhos,
passando sempre na mais destetavel, e publica dissolução. De que apenasme
competiria fazer aqui memória particular do denominado Pay da supplicada D.
Victoria, objecto actual Representação: Se a razão de ter sido empregado
tambem, em outro tempo, naquelle govêrno me não servia de justo motivo para
está reticência, occultando assim o mais que me ehe possível ao conhecimento da
Europa a sua extrema relaxação moral praticada na America (de que, contudo o
exemplo se não transmitido a nenum de seus sucessores Politicos). E que havendo
frequantado succesivamente o trato da sobre freqüentado sucessivamente o trato
da sobredita, nas mesmas referidas idades de solteira, e de cazada, lhe deixou,
com outro Filho ainda, por nome Manuel Joaquim, este mais, infelis, que
parecido fructo da sua desenvoltura (1)
Achava-se a mesma D. Angelica, sua May, ao tempo da minha chegada ao Estado,
torpetenmente concubina de largos annos já com o Sargento Mor do Regimento de
Macapá, hoje Tenente Coronel delle, João Baptista Mardel...
D.
Angelica accusára a Manuel Cabral Coutinho de Vilhena como defloradôr de sua
filha d. Victoria, o que occasionou a defesa de José Napoles Tello de Menêzes,
que contadisse todos os tópicos da referida accusação, terminando pelas
seguntes palavras:
«E deduz-se fianlmente a quinta e ultima
comprovação da mesma falsidade, da noticia actualmete participada, para esta
Côrte, nos Navios chegados daquelle Estado, do ajuste do cazamento da sobred.a
D. Victoria com Bento de Figueredo Tenreiro, um dos Moços mais instruídos, e
consertados, da mesma Cidade. Conversando-se, alli, ainda constante o Publico,
e geral conceito da sua honestidade própria: ao mesmo tempo que nesta Corte a
referida sua escandalosa May, e mais Partidarios da dita relaxada conducta,
tanto se esforção a querer persuadir o seu injurioso descrédito.»
1779
Por
decreto foram promovidos a sargentos mores do Real Corpo de Engenheiros,
continuando no mesmo exercicio que então tinha na capitania do Pará, os
capitães José Simões de Carvalho e José Joaquim Victorio da Costa. (Gazeta de Lisbôa)
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